Recentemente fiz uma descoberta,
desconcertante e intrigante ao mesmo tempo, percebi que amamos impondo limites
a quem recebe o nosso amor, ditamos regras e se alguém não as segue enxotamos o
“mal agradecido” das nossas vidas,
exigimos muito e não damos quase nada em troca, batemos no peito dizendo como
somos certos que as nossas ideias é que
são verdadeiras, se alguém discorda dos nossos pensamentos , se possui uma
“verdade” que é dele coitado será advertido severamente descobri também que
amamos menos e condenamos mais, senti que preciso nortear a minha vida pelo
amor incondicional, sem limitações, o amor que coloca o outro no “colo” e cola
o ouvido em sua boca para escutar as suas dores, as suas mágoas, que ama sem
impor verdades e que pede perdão e recomeça.
Utopia? Talvez, mas sei que é
preciso aprender ouvir, caminhar nos passos do outro e permitir que ele pense
diferente de mim, não sei se é essa a verdade, pelo menos é a minha verdade, e
depois de tantos erros e acertos me desconcertei percebendo que não estou tão
certa quanto imaginava, existem outras “verdades”, outros pontos de vista,
sentimentos diferentes dos meus, dores que eu não sabia existir, descobrir no
mundo do outro as minhas próprias limitações, senti que impondo a minha vontade
estava acobertando as minhas falhas, escondendo os meus medos, decidi amar
mais, cobrar menos, entender mais e se em algum momento eu quebrar essas regras
que eu seja forte o suficiente para pedir perdão, e humilde o bastante para
esquecer, se vou conseguir? Não sei, mas vale sempre a pena tentar,
redirecionar, reaprender, reconquistar.
Então cheguei à conclusão que não
sou um ser humano perfeito, que preciso estar em busca e em contato com outro
para reconhecer as minhas falhas, recomeçar se preciso for pegar no “colo” “ouvir”,
chorar, rir junto e crescer, e acima de tudo acreditar que o outro é capaz de
mudar, pois o grande amor consiste em ajudar e ser ajudado, derrubar muros de
vaidade, soberba e egoísmo, de dar ao outro e a si mesmo a oportunidade de
“ser”, amor incondicional, sem limites , sem regras que rotulam, maltratam e mata,
minha verdade precisa estar sempre sendo revista, para dar ao outro o direito
de se expressar! E se formos diferentes que juntos possamos construir um
caminho melhor. Honestidade e respeito ingredientes necessários para uma vida digna de ser vivida.
Maria Edith Faustino de Araujo
Ceres, 26/11/2016